quinta-feira, 29 de outubro de 2009

esta vai para o Zé IV



Podia afirmar que morreste em mim. O que é completamente mentira. Vivo ainda nas recordações, nos risos, nas brincadeiras, até na amizade ou de tudo mais que partilhavamos. E agora? Nem palavras trocamos. Por vezes parece que fazes deprepósito. Sabes muito bem, que sendo como és, mesmo assim não te partilho com ninguém. Ou melhor não te quero partilhar e tento por isso. Mas são apenas tentativas falhadas. Aqui não estou a fazer papel de vitima nem nada do género. Só tenho pena que tudo se foi como um sopro numa folha de outono. Sim, vivo muito a sonhar. E porquê? A realidade é mais dura e custa encarar. Como não tenho coragem a suficiente para o fazer tinha-te sempre por perto para me defender dos perigos que se metiam comigo. Tinha-te comigo e por perto, porque queria e não por simples interesse. E agora sou uma folha solta da árvore, na estação de outono, sem o Zézão. São cada vez menos os olhares interrogados que partilhamos. São interrogados, mas são olhares.

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